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Sexta-feira, 17 de Novembro de 2006

Baixa-Chiado, um nada que parece tudo

Carlos Moura

Ecologista (Quercus)

 

A proposta do Comissariado Baixa-Chiado é um excelente exercício de desenvolvimento de orientações sob o auspício da revitalização deste espaço. É, no seu campo, um brilhante desenvolvimento de cenários construídos sobre pressupostos que, não sendo completamente inverosímeis, são em grande medida fruto de uma análise desavisadamente optimista.
É claro que, numa análise superficial, não podemos deixar de nos deixar seduzir pelo anúncio do regresso de habitantes a esta zona da cidade, assim co-mo não podemos deixar de aderir a questões como a diminuição do tráfego automóvel, e da melhoria da acessibilidade às colinas do Castelo e do Bairro Alto ou à iminente pedonalização da zona ribeirinha. Porém, os projectos não se fazem de propagandear boas intenções.
As habitações assistidas são princípios interessantes, mas quais dos actuais moradores resistirão numa Baixa cujo custo de vida terá aumentado em 100% ou até mais. E não resistindo estes? Como resistirá o comércio tradicional? Não o revitalizarão seguramente os jovens e “velhos” de elevado nível económico ou “iniciativa” (seja lá o que isso for), que o não procuram.
Da mesma forma a dependência que se estabelece entre a “domesticação” do tráfego e a construção da Circular das Colinas não é resolver a situação, mas apenas retirar o problema de um local para o recolocar em outro diferente. A pressão atirada para o eixo Prazeres, Campo de Ourique, Estrela, Rato, Conde de Redondo, Estefânia, Vale de Santo António e Beato será absolutamente insuportável quer do ponto de vista de mobilidade, quer do ponto de vista da poluição atmosférica e sonora. Além disso está ainda por explicar como se constrói um túnel por debaixo de um jardim histórico da cidade, como o Jardim da Estrela, sem o destruir irreversivelmente.
Também os previstos espaços pedonais do Cais do Sodré até Santa Apolónia antes mesmo de o ser sofreram já atentados gravíssimos do ponto de vista ambiental. Para dar lugar às incensadas agências europeias (em minúsculas), aliás já integradas no projecto, sacrificou-se o que de verde restava neste percurso. Salvou-se a glicínia agarrada à hora legal, vá-se lá saber porquê.
Aliás as previstas acções de revitalização (com modernidade e inovação, como se usa dizer hoje em dia) deveriam antes de tudo assentar numa reabilitação e renovação do sistema de drenagem da Baixa, acções essas que teriam de andar aliadas com a reinfra-estruturação de toda esta zona. Não que este pressuposto não apareça no projecto, só que na base de toda a superstrutura não basta que apareça o pressuposto, pede--se clareza do investimento alocado a este fim, principalmente porque terá de ser maioritariamente público. No limite, este projecto, que pode ser muita coisa ou quase nada, vai depender grandemente não das linhas de orientação que apresenta, mas de todo o trabalho sectorial que está ainda por fazer. Há uma coisa contudo que fica clara, se permanecer como está não será a resposta global e integradora de que a cidade necessita.

publicado por O provedor às 16:03
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